Este exercício crítico de penetração nos vestígios da poética de Helena Parente Cunha realiza-se como um pensar (ex)tensivo do literário, que permite um olhar inter-relacional entre o romance As doze cores do vermelho e ospoemas de Corpo no cerco, Maramar e Cantos e cantares. Por esse procedimento, percebemse a constância da busca pela mulher do autoconhecimento libertador, bem como pontos de tensão na própria constituição do literário, pondo-se, intensivamente, a narrativa a serviço do lirismo. Quer o romance, quer os poemas se identificam pela poeticidade que faz explodir os contornos dos gêneros literários. Esse caráter explosivo se projeta, entre outros recursos, na construção dialogante de imagens (com ênfase em metáforas, sinestesias,...